Vale a pena ser poeta, pois desnudo minha alma e copulo minha criatividade... [Marilda Amaral]

sábado, 31 de janeiro de 2009


É um toque sutil da verdade....

Um ensandecer da mentira.

É um toque quente da sedução...

Um avançar desmedido de sinais...

Dispo-me da vergonha,

Deixo que me toque com sedução profana...

Quase louca te possuo,Me entrego as malicias da carne

E as delicias do espírito...

Ah....quanta loucura em palavras proferidas,

Quanto calor em versos descritos,

Quanta verdade em mentiras contadas a esmo.

[Marilda Amaral]

domingo, 25 de janeiro de 2009


Brinca sobre a folha um beija-flor..
Sua cor é puro matiz do azul...
É diferente como minha alma em sonhos,
Como meu corpo em delírios ,
Quero-te como o beija-flor quer a folha,
Para descansar de seu vôo,
Eu quero descansar da minha vida,
Repousando em teus dias...
Busco-te nas tentativas vãs...
Amo-te nas delicias do pensamento,
Toco-te com as mãos do desejo,
Possuo-te com o apetite dos famintos,
Elevo-te a categoria de ânsia muda,
Somos parte do mesmo passado,
Que em vidas novas, reencontramos...
Vivemos tempos ermos ...
Na distância que nos consome.
Amo noite porque ela esconde nas sombras,
A verdade de te amar.
Você adora a luz do dia porque ela
Ofusca escondendo verdade
De que pra você, não SOU ninguém.

[MARILDA AMARAL]

sábado, 24 de janeiro de 2009

ESTAMOS CHEGANDO LÁ...
*** ENFERMEIRA......
Ñ anda, deambula...
Ñ questiona, faz anamnese...
Não fica feliz, apresenta parâmetros elevados de neurotransmissores do bem, estar (SEROTONINA,DOPAMINA, NORADRENALINA, ENDORFINAS...)
Ñ fica ansiosa, tem descarga adrenérgica exarcebada...
Ñ tem dores d cabeça...apresenta cefaléia;
Ñ pensa, realiza raciocínio clínico investigativo...
Ñ incha, tem edema... Ñ tem coceira,tem prurido;
Ñ se apega,estabelece vínculos
Ñ come, combina prot+carb+vit.
Ñ bebe...faz ingesta etílica lesando as células hepáticas.
Ñ cheira,olfata.
Ñ toca,faz avaliação física.
Ñ pratica atividades físicas, favorece retorno venoso,oxigenação celular, remodelação óssea e resistência cardiovascular...
Ñ respira,quebra carboidratos.
Ñ ouve, ausculta...

Ñ tem reflexos,tem mensagem neurotransmitida involuntária.
Ñ facilita discussões, catalisa substratos.
Ñ admite algo s/ resposta,analisa o hereditário.
Ñ fala,coordena vibrações nas cordas vocais.
Ñ pensa,faz sinapses.
Ñ toma susto,recebe resposta galvânica incoerente.
Ñ chora,produz secreções lacrimais.
Ñ perde energia,gasta ATP...
Ñ tem dor de estômago... tem desconforto gástrico.
Ñ divide,faz meiose...
Ñ se olha no espelho,faz avaliação postural...
Ñ lava louça... higieniza utensílios.
Ñ beija, permuta microorganismos
Ñ respira,faz troca gasosa...
Ñ sofre fratura,tem descontinuidade traumática do osso
Ñ sente dor,tem estímulos nociceptivos...
Ñ se apaixona,tem comportamento d padrão motor ativado pelas reações do coração...
Ñ toma remédios... utiliza fármacos.
Ñ dá remédios, administra medicamentos...
Ñ tem IMC normal... é eutrófica.
Ñ espreguiça, faz alongamento .
Ñ tem estresse, tem arritmia sinusal ;
Ñ limpa c/ álcool, faz antissepsia ou desinfecção;
Ñ lê manuscritos médicos, contextualiza;
Ñ joga fora,despreza;
Ñ organiza ,sistematiza...
Ñ cola, só transcreve.
Ñ trabalha, executa habilidade cognitiva teórica - prática...

Ñ é universitária... é profissional em treinamento...
Ñ trabalha junto, trabalha em EQUIPE...
Ñ trata, CUIDA...
Ñ gosta do q faz, AMA!!!
"Abvum d'bashmaia
Netcádash shimóch
Tetê malcutách Una
Nehuê tcevianách aicana
d'bashimáia af b'arha
Hôvlan lácma d'suncanán
Iaomána
Uashbocan háubein uahtehin
Aicána dáf quinan shbuocán
L'haiabéin
Uêla tahlan l'nesiúna.
Êla patssan min bíxa
Metúl dilahie malcutá
Uaháila
Uateshbúcta láhlám.
ALMÍN. "
Gosto muito de estar intimamente ligada à literatura o mais impressionante para mim é que muito pouco sei dela, quase nada vivenciei na leitura de grandes mestres, tudo que escrevo é exatamente aquilo que vem do profundo da alma e que descreve o sentir do coração. Sei que Deus tem propósitos diferentes para cada um de seus filhos, sei que ele não tem distinção nenhuma quanto à posição de espécie alguma, principalmente intelectual, pois é exatamente ai que ele atira também suas sementes conforme seus desígnios, sem se preocupar se o escritor é famoso ou autodidata, o que importa é o tipo de semente que o literário cultiva e com que intenção ele dissemina meio a seus irmãos.

Minha inspiração transcende a razão normal de cada coisa, mas sei que ela tem uma direção definida tanto na sua partida quanto em sua chegada...


Maria

Esse é o nome desta amiga que hora concebo, trata-se de um nome simples, bonito, hora santo, hora profano...
Mas especialmente essa Maria era realmente uma profana quase santa. Maria tinha exatamente quinze anos já se percebia nela uma postura rebelde e cheia de libidinagem.
Seu pai, Sr. Iran era um velho barbeiro das forças armadas. De postura rígida, incapaz de ser flexível em nenhuma das atitudes de Maria. Ela queria muito ser livre, mas de que forma se na década de quarenta as coisas eram muito bem postas e pouco discutíveis. O homem era indiscutivelmente o ser dominante e a mulher a submissão explícita.
Maria não teve tempo de amar e sim de atirar-se aos braços do primeiro corajoso, que ousasse desafiar a tirania do velho Iran e esse foi Ari. Era um boêmio da época, muito bem apessoado,amante da noite e amigo inseparável das rodadas de bar. Pobre Maria não teve realmente muitas opções, pois já era mal vista pela família, muito mais por má sorte do que por realidade e isso a deixava mais furiosa.
Casou-se com Ari, esse parecia realmente amá-la, mas na verdade o sentimento de posse era bem maior e para Maria isso era como arrancar uma flor da terra para por em um vaso e ainda por cima sem água. A primeira coisa que aconteceu na vida daquele casal foi um pobre menino, que além de inesperado era um pequeno proscrito no próprio lar, para ambos. Entre ameaças, agressões, falta de respeito e muita traição,não nasceu, apenas surgiu uma menina que era muito mais que uma proscrita, era uma intrusa indesejável, cheia de denúncias gravadas em suas feições. De loura não tinha nada, era uma coisinha morena, encardida mais parecia uma pequena turquinha e a família era de feições quase germânicas, pelo
menos a grande maioria e isso era uma ofensa diária ao belo cachaceiro, que Ari tinha se tornado, ainda para piorar a questão. As cobranças eram diárias, contam os antigos que a pobre menina só sobreviveu porque era uma pequena guerreira que Deus tinha em defesa contínua, porque as surras que a pobre menina levava eram desumanas, seu pequeno corpo era uma escoriação só, sem contar com as assaduras que a pobre tinha por conta do relaxamento de Maria, que só se preocupava com a sua bela aparência e suas conquistas clandestinas, Ari passou a beber cada vez mais e Maria a se promiscuir cada vez mais e os pobres desvalidos da sorte cada vez mais maltratados por eles. Até que Maria resolveu ir trabalhar no hospital Santa Casa de Misericórdia, como servente, como eram chamadas as higienizadoras da época. Lá conheceu Dr. Omar, que dizem ter começado um caso com a desgraçada. Pobre mulher cada vez mais se expunha à vileza da vida, grávida de novo lhe restou tomar a mais digna das resoluções, separou-se de Ari, deu a filha do meio, deixando com os tios, o mais velho e a menina mais moça ficou com Ari. Caiu no mundo, enrolou-se com a vida, compactuou com o mal e foi a mais corajosa de todas as putas que Rio Grande conheceu, pois foi de prostituta a cafetina, claro antes teve alguns empregos quase dignos: trabalhou como balconista de um bar locado no abrigo central de bondes da cidade, garçonete de um bar até famoso na época chamado “A Dalila”, mas também foi só. Depois passou de mão em mão até parar na zona de baixo meretrício na beira do porto de Rio Grande.
Ari contou muito mais com a sorte, pois conheceu Izabel, moça de ótima família, seu pai era um promissor comerciante de Pelotas, mais precisamente dono de uma confeitaria famosa. Pobre Izabel enfrentou muitas agruras e pagou um preço bem alto pelo amor do belo cachaceiro. E tiveram mais seis filhos. Entre um tempo e outro, ficou um passado recente mesclado a um presente revelador...
Maria viveu sua vida, Ari e Izabel com seus seis filhos viveram as deles, a filha mais moça, Ioni, viveu também seu calvário, Roberto o filho mais velho perdeu sua vida, vítima do alcoolismo e Laura sua filha do meio escreveu sua história nas tortas linhas da vida o mais correta possível, mas carregando consigo o estigma da sua mãe, dela foi cobrada toda a atitude de sua progenitora sem saber. A pobre criatura foi virgem até o casamento, casou-se com o primeiro namorado, foi-lhe cobrado retidão inabalada, postura moral impecável, subserviência total ao marido, anulação total. ATÉ que ela resolveu escrever a própria história e dar o epílogo à triste história de Maria com sua morte violenta, por atropelamento, tendo a morte instantânea.
Pobre Maria teve uma história escrita por entes que não lhe amaram então ela foi o pecado, mas se esta mesma história tivesse sido realmente conhecida por um dos seus três filhos como ela realmente foi, talvez ela tivesse sido uma santa... Então durma em paz Maria, sua Laura serviu o mundo do “NÂO” por vocês duas, para ela você é uma Santa, pois lhe deu o que tem de mais caro que é a vida.
Laura não te cobra à infância, pois ela vive constantemente na inocência de uma.
Laura não te cobra alegrias da puberdade ou da adolescência, pois tem em si a alegria de viver.
Laura não te cobra às dores da vida, pois elas lapidaram seu espírito.
Laura não te cobra à ausência, pois ela sonha com a saudade que possas ter tido, silenciosamente.
Laura não te cobra o mau feito, pois o bem da vida supera as fraquezas .
Laura quer que estejas coberta de luz, perdoada por Deus, vivendo um amor divinal, pois o amor da carne só te corrompeu e provocou imensas cicatrizes ...
Laura é tua semente, é uma boa semente, foi cultivada por outra agricultora, mas isso não invalida os valores da árvore de onde caiu...
O princípio da vida baseia-se na verdade do amor incondicional e não nas fragilidades dos percalços .
Laura hoje sabe que não precisa se preocupar em ser santa ou pecadora ela deve ser simplesmente LAURA com seus mandos e desmandos, dores e alegrias ,seus amores e dissabores, mas deve ser ela mesma, pois é filha antes de tudo de uma mulher e isso a desobriga a perfeição. A santidade é premissa da perfeição e ser humano é prerrogativa dada por Deus para irmos à santidade.
Maria foi pecadora no mundo, vítima de sua vivência, escárnio para muitos, piedade para poucos, mas para sua Laura ela é uma mulher que confirma a estrofe de uma velha canção, que diz assim:
_ Maria, o teu nome principia,
Na palma de minha mão...
Todos a tinham ao alcance: seu pai dando-lhe todas as culpas, seus irmãos alicerçavam suas culpas na culpa de pobre Maria. Seu amor foi o vilão maior que espremeu Maria mais do que na palma da mão, espremeu seu coração que era apenas sonhador um pouco além para seu tempo. Seu filho apenas partiu, provavelmente esteja com ela, dando-lhe o consolo de um outro pecador. Sua filha mais moça ergue a bandeira da amargura, desfralda o triste passado e joga toda a sua ira sobre o pobre nome de Maria.
E Laura aperta bem suas mãos junto ao coração, tentando não deixar Maria sair da palma de suas mãos para um lugar perigoso, ali ela estará protegida e suavemente acalentada. PELO MENOS SUA TRISTE MEMÓRIA. Até um dia Maria, talvez tu me conheças e goste um pouquinho de mim, nem que seja ai onde Deus começa todas as coisas. No mundo do além vida.

MARILDA AMARAL

Na busca quase humana ,
De ser uma mulher,
Encontro na tua cama,
Recusa tão desumana de ser ,
Aquilo que és...
Homem nas tuas tentativas
E monstro nas negativas...
Farei-te sentir o toque das minhas
Delicias , suplicio de tuas recusas...
Em me querer sem saber nem porque...
Sou jovem de tenra carne,
Alma pura a ser explorada...
Uma certeza de ser mulher.
Não sabes os meus segredos, perdido nos meus desterros ...
Se soubesses ...
Enlouquecerias...
Sentindo a maciez dos seios
Que ofereço em desatino
Tão pálidos , rijos e fortes..
Que parecem desafiar,
O espaço que separa meu peito de teu....
O coração profanado, pelo desejo deixado
Da menina que mora em mim se tornar uma mulher.
marilda amaral

EU

GUERREIRA


sábado, 10 de janeiro de 2009

sábado, 3 de janeiro de 2009


Amando tomei amores,
Amores amando tomei....
Amando tu me deixastes,
E amando a ti fiquei.
[marilda amaral]