As
vestes puídas do pobre homem,
Denotavam
que muito mais que pobre,
Era
abandonando pela auto-estima...
O
orgulho o abandonara na primeira fase da
vida,
Quando
descobriu que não tinha origem...
A
perseverança lhe disse não,
Quando
descobriu que não tinha aprendido a soletrar o próprio nome.
O
trabalho não era uma de suas prioridades,
Ser
pedinte era menos cansativo,
Apesar
de deprimente,
Pois
nem sempre o próximo é tão próximo assim.
O
amor era ação cinematográfica,
Longe
da sua realidade...
Da
mulher pouco sabia, nem a progenitora conhecera.
Seus
irmãos eram cães vadios, que não se importavam
De
dividir as migalhas da miséria.
O
frio não era um companheiro tão presente,
Pois
corpos peludos de amigos caninos agasalhavam sua pobreza...
Tinha
por coberta a irracionalidade,
Por
comida, os restos
E
por dignidade a certeza que o amanhã era inevitável
Pobre
homem viu os anos passarem sem vergonha nenhuma de ser ninguém,
Mas
no fim de sua vida,
Ainda
com idade pouca,
Conheceu-me
quase que sem querer
E
eu ensinei pra ele o pouco que sabia.
Que
ser homem é bem mais do que ter algo, vir de onde ou ser de alguém...
Ser
homem é ser imagem e semelhança de Deus
E
para isso basta encontrar seus iguais
E
eu estive lá na sua partida
Peguei
sua mão e disse que
Precisa-se
acima de tudo ser guerreiro.
E
ele acreditou partindo tão sereno para o mundo
Do
desconhecido...
E
eu estou aqui orando para que encontre vida plena.
Até
um dia amigo Celso.
Nascido
em 05/1956 e falecido em 11/2011
[Marilda
Amaral]
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