Oh...ave insana,
Que tua sorte,
Farei profana...
Você não conhece as dores ,
Nem os amores ,
Da tua infausta rosa.
Do corpo cansado...
Conheces a garra de luta...
Do olhar conheces a sombra ,
Que a envolve...
Das loucuras, conheces amores falsos...
Dos amores conheces o teu que sublima,
Pela dor de não ter e a ânsia de querer....
Não confies tanto que ela não saiba ,
Teu paraíso...
Teu Nilópolis ou os arredores da serra na Bolívia.
Não importa tua sina ou tua origem...
Tua dor ou teus sonhos ...
Uma rosa presa em caule de aço,
Você alado pelas dores do passado...
Voando nas penumbras do oscilante presente...
Dizer-te que sei da prisão que te pos cativo ...
Da dona que te oprimia ágeis asas...
Não quero teu amor para chorar,
Teus desejos para conter....
Quero tua liberdade....
Quero tua sanidade....
Quero tua vontade....
Quero tua castidade....
Te quero prostado ...
Abatido sobre minha corola....
Coração ofegante,
Pelo bater frenético das asas...
De tão livre que és comigo,
Serei teu claustro ...
Seguro...
Livre e insano.
[Marilda Amaral]